Como algo mais, a janela penso ser, manuel moraes || 2009. 07. 17
Ser-não ser-serei?
O que lá fora penso ver,
Ver-não ver-verei?
Tão longe, tão-tão-tão… sequer sou.
Deixo o horizonte, é tanto-tanto-tanto…
Irradiado, desoladoramente
Deserto, como água sedenta, feita finos grãos de areia,
Milhões e milhões e milhões,
Alvos e secos e maravilhásticos…
Oh-lá-lá! Brrrrrr…
Uf! Quero o que quero!
Como não percebo de enigmas
Entrego-me aos saberes chãos!
Marginal e perscrutador e às vezes,
Outras, sigo sem saber ou perceber ou desejar.
Como marioneta ao gosto de um poeta,
Sorrio como choro,
Grito como calo,
Rascunho como sonho.
Então-então-então, íamos tão bem…
Eu e não-eu, não-eu e eu!
Destapo-me da ausência ou do mutismo ou da indiferença,
Rodeado de refulgências primigénias e multicolores
Dou colo a circunstantes circundantes
E abundantes: bum-bum-bum!
Explosões pequenas e insensatas para acordar
Emoções veladas, zeradas, amarrotadas…
Áháh! No doce modo de ser humano
(Odores/risos/palavras/choros/canções)
Quão poucos se alongam!
Copiosamente…
Geometricamente…
Milimetricamente…
O espaço e o tempo e o modo preenchidos,
Imperfeita e humanamente,
Pensando ou amando ou negando!
O género pode ser virtuoso, plasmado, imitado…
E o inautêntico, e o insensível, e o indizível?
As ideias e as donas,
Feitas sentenças pulantes como pulgas,
Fazedoras que o ínsito seja
E por coisas interessantes possa,
Reflecti-las de fato e gravata
Numa qualquer poça!
Zzzzzzzzzzzzzzzztttttt!
Atiramo-nos ao mar: Eu e não-eu, as ideias e as donas!