De tão chorosos
Para sempre, repousando
Num campo de girassóis pesarosos.
Onde as flores vão corcovando,
Ajoelhados, sobre chãos dolorosos.
Silêncio, que estão morrendo.
Porquê? Quem padece?
Os nada, os ninguém
Nutrem-se de miséria à séria.
Os daqui, os dalém
Engravidam de léria,
Como filhos do desdém.
Silêncio, que estão morrendo.
Porquê? Quem padece?
Fica a mágoa e só a poesia a enobrece.
manuel moraes || 2012.05.20