quarta-feira, 8 de junho de 2011

Quanta fome...

Numa noite fria

Olhei em volta

E vi alguém deitado no chão.

Não vi Homem, não vi pessoa!



Vi uma nódoa branca

Colada ao corpo que sofria.

A fome nos seus olhos encovados e tristes e frágeis.

Olhos que brilhavam como estrelas doces e dóceis,

Em rostos cheios de ausência luminosa…



E pensei

E achei belos

Os seus rostos, os seus sorrisos…



Como são dignas

As crianças e os velhos e as mulheres!



Quem tem fome sequer sobrevive.

Quem tem fome definha e sofre.

Quem tem fome vive morrendo e morre!





A nódoa branca, essa não.

Não sente ternura ou compaixão,

Não escolhe raça ou religião,

Não mostra vergonha ou razão…



Quanto ao resto, que fazer?

Cinismo? Cepticismo? Indiferença?

Não!!!!



Acenda-se a luz!

Basta um clique…



Haja amor entre os Homens

E a nódoa branca,

Sombria e ardente e infeliz,

Será pó, cinza e nada!

Basta um simples gesto

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzztttttt!

E fome jamais!





(manuel moraes) || 2010-11-11

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